Existem Amores que são Sonhos e muitos deles de tão prematuros, morrem à nascença.
Há Amores que nada têm para oferecer e Amores que engolem sentimentos de tanta obsessão.
Amores que valem uma vida mesmo que sejam platónicos ou distantes na geografia.
Há Amores que resistem a guerras mas as feridas permanecem sangrando de raiva, terminado em ódios e violência.
Amores que se suicidam ou matam cegamente os seus seguidores.
Existem Amores que são heróicos deixando o outro ser feliz mesmo em silêncio de uma vida.
Em tudo isto existe um cordão umbilical...o AMOR!
SONHO MORTO
Nosso sonho morreu. Devagarinho,
Rezemos uma prece doce e triste
Por alma desse sonho! Vá... baixinho...
Por esse sonho, amor, que não existe!
Vamos encher-lhe o seu caixão dolente
De roxas violetas; triste cor!
Triste como ele, nascido ao sol poente,
O nosso sonho... ai!... reza baixo... amor...
Foste tu que o mataste! E foi sorrindo,
Foi sorrindo e cantando alegremente,
Que tu mataste o nosso sonho lindo!
Nosso sonho morreu... Reza mansinho...
Ai, talvez que rezando, docemente,
O nosso sonho acorde... mais baixinho...
Rezemos uma prece doce e triste
Por alma desse sonho! Vá... baixinho...
Por esse sonho, amor, que não existe!
Vamos encher-lhe o seu caixão dolente
De roxas violetas; triste cor!
Triste como ele, nascido ao sol poente,
O nosso sonho... ai!... reza baixo... amor...
Foste tu que o mataste! E foi sorrindo,
Foi sorrindo e cantando alegremente,
Que tu mataste o nosso sonho lindo!
Nosso sonho morreu... Reza mansinho...
Ai, talvez que rezando, docemente,
O nosso sonho acorde... mais baixinho...
© FLORBELA ESPANCA
In O Livro D′Ele, 1915-1917