terça-feira, 11 de outubro de 2016

Vai Embora





Existem Amores que são Sonhos e muitos deles de tão prematuros, morrem à nascença.

Há Amores que nada têm para oferecer e Amores que engolem sentimentos de tanta obsessão.

Amores que valem uma vida mesmo que sejam platónicos ou distantes na geografia.

Há Amores que resistem a guerras mas as feridas permanecem sangrando de raiva, terminado em ódios e violência.

Amores que se suicidam ou matam cegamente os seus seguidores.

Existem Amores que são heróicos deixando o outro ser feliz mesmo em silêncio de uma vida.

Em tudo isto existe um cordão umbilical...o AMOR!



SONHO MORTO

Nosso sonho morreu. Devagarinho,
Rezemos uma prece doce e triste
Por alma desse sonho! Vá... baixinho...
Por esse sonho, amor, que não existe!

Vamos encher-lhe o seu caixão dolente
De roxas violetas; triste cor!
Triste como ele, nascido ao sol poente,
O nosso sonho... ai!... reza baixo... amor...

Foste tu que o mataste! E foi sorrindo,
Foi sorrindo e cantando alegremente,
Que tu mataste o nosso sonho lindo!

Nosso sonho morreu... Reza mansinho...
Ai, talvez que rezando, docemente,
O nosso sonho acorde... mais baixinho... 

© FLORBELA ESPANCA 
 In O Livro D′Ele, 1915-1917 




VISITAS ONLINE